sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dia 4 – 11 de janeiro de 2010 - Brasil

“La garantia soy yo...”

Acordei faltando 50km para Foz do Iguaçu, divisa com o Paraguai, através da Ponte da Amizade, para Ciudad del Este. Aqui, seremos recepcionados pela Universidade de Integração Latino-Americana (UNILA) e Itaipu Binacional em cerimônia amanhâ, com direito a visita às instalações externas e internas da Usina de Itaipu e às cataratas de Foz do Iguaçu. Chegamos com mais de 8 horas de antecedência em relação ao previsto, o que é muito bom. Ficaremos instalados no Hostel Paudimar, da rede Albergues da Juventude, um dos melhores hotéis/pousadas em relação custo benefício em que já me hospedei. Por 18 reais/diária temos direito a café da manhã (modesto), piscina, salão de jogos, campo de futebol, espaço de convivência, internet wireless, redes e banho quente. Tá certo que os quartos alojam de 4 a 8 pessoas, mas isso não diminui a qualidade e, pelo contrário, promove a integração interna. Dona Larissa, que fique claro, os quartos são divididos em alas feminina e masculina! (Rs) Exceto por nós, todos os outros hóspedes são gringos.




De ontem pra hoje, recebemos algumas boas notícias em relação a respostas de autoridades de alguns países, dizendo que não só irão, mas fazem questão de nos receber. Entretanto, a notícia eleita pelos demais homens como a melhor foi a de que umas holandesas fazem topless na piscina todos os dias às 16:30. Para infelicidade da nação, após almoçar PF no restaurante do hostel, partiríamos para uma tarde de compras no Paraguay.
As ruas em Foz rumo à “Puente de la Amistad” são decoradas com propagandas de lojas paraguaias, majoritariamente de eletro-eletônicos e, uma ou outra “Na Argentina  é legal! Venha apostar no Cassino .... em Puerto Iguaçu”. A quilômetros de distância da ponte, já é visível a relevância da economia do “mercado” paraguaio para boa parte da população e sua influência no tráfego próximo à fronteira. Deixamos o ônibus na margem brasileira e atravessamos a pé, para agilizar, já que só é exigida a carteira de identidade. A fronteira é aberta 24h e bastante movimentada o tempo inteiro (pelo menos enquanto o sol não se põe, já que não a presenciei durante a noite). É interessante atravessar a Ponte da Amizade, que tanto vemos na mídia televisiva e impressa como rota de contrabando, cruzando com mochileiros e sacoleiros apressados, imaginando todos os artifícios utilizados no contrabando, a exemplo das canoas que passavam no rio dezenas de metros abaixo esperando os parceiros lançarem as cargas e as trilhas ilegais por entre a vegetação das margens dos rios (hoje, bloqueadas por blocos de cimento). Por instantes, achei que não havia nem um “Bienvenidos” no lado paraguaio da ponte, dado o apelo comercial dos imensos outdoors, banners e semelhantes que quase se sobrepõem à mensagem de boas-vindas.




Como descrever os “projetos de ruas” onde vendem-se os mitológicos produtos paraguaios? Imaginem a Av. Sete, incluindo lojas e camelôs. Agora somem o Shopping Lapa ou Piedade (o que menos simpatizarem). Imaginem isso tudo numa avenida com subida de inclinação de uns 10º e inúmeras transversais. Multipliquem por 10. Chegaram lá? Adicionem o trânsito caótico de uma rótula do abacaxi num dia de semáforo quebrado e elevem tudo ao quadrado. Devem estar próximos. Nas barracas de rua, são vendidos os produtos de menor valor agregado, enquanto que os eletro-eletrônicos mais caros são vendidos em lojas em pequenos shoppings ou galerias, dando uma falsa impressão de maior segurança. Há ainda os ambulantes e sacoleiros que vendem, majoritariamente, meias (+- 5 ou 6 por R$10,00), cuecas (idem), sacolas para guardar as compras (R$ 5,00) e pen-drives (de 1GB a 120GB, todos vendidos, em média, a menos de R$1,00/GB). Nos Separamos e marcamos um ponto de encontro posteriormente, já que cada um tinha seus interesses pessoais e a dinâmica do lugar não favorece a movimentação em grupo.
Numa primeira impressão, você se decepciona com os preços, achando que as coisas não estão tão baratas assim. No entanto, quando pesquisa em várias lojas e começa a pegar o jeito de como pechinchar, verifica que, realmente, os preços são muito bons. Tomando certas precauções quanto a produtos falsificados ou, como chamam aqui, “condicionados”, é uma boa oportunidade para fazer bons negócios. A moeda oficial do Paraguay é o Guarani (G), mas nas regiões próximas da fronteira, aceita-se o real também. O dólar também é aceito em todo tipo de comércio, que, aliás, é a moeda pela qual são ditos os preços, de forma que sempre temos que re-calcular os preços para Guarani ou Real. Um real equivale a mais ou menos 2.500 G.
Meu saldo: 3 pendrives originais.
Saldo de alguns: pen-drives falsificados (de 32 a 120GB) e “camisinhas cantantes” (3 por R$5,00).
No retorno, ainda em território paraguaio, recebemos a notícia de que uma das caravaneiras, Milena, que havia ficado no hostel, estava passando mal, com náuseas, vômitos e febre, uma provável infecção gastrointestinal. À noite, além de fazer as recomendações a Milena, relaxamos com sinuca e uma “loira” na piscina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário