segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dia 10 – 17 de janeiro de 2010 – Brasil-Uruguai

            À semelhança das estradas da fronteira do Paraguai com o Brasil até a capital, da fronteira do Brasil com o Uruguai até a capital, Montevideo, o destino das terras (leia-se latifúndios) à beira das estradas é homogêneo. No caso do Uruguai, praticamente só há soja, eucalipto e gado. Muito gado. Muito gado. Nossa primeira refeição na estrada foi, claro, churrasco. Não com este nome. Brasero.
            Chegamos em Montevideo à noite. Nos hospedamos no Hostel Che Lagarto, um albergue muito interessante, localizado em plena Plaza de la Independencia, com uma estrutura muito boa e frequentado por pessoas de inúmeros países, com uma rotatividade incrível. Como alguns outros, fiquei “sozinho” numa habitación com mais 3 a 4 pessoas “desconhecidas” e em 3 dias, tive uns 10 vizinhos de quarto diferentes, desde 2 casais de metaleiros (seriam chamados de “dorme-sujos” em Brasília) de não sei onde até uns estudantes de administração de Floripa.


Dois acontecimentos da noite merecem ser registrados. Pela primeira vez, o ônibus não poderia ficar estacionado na rua de nossa estadia. Seria perigoso deixá-lo na praça pela questão da violência e possibilidade de roubo e pedrada. Ônus dos grandes centros urbanos. Levar o INULATÃO para algum estacionamento não seria nenhum problema se não fosse difícil encontrar algum que o comportasse e se os motoristas estivessem conosco. Por sorte, encontramos um estacionamento a 5min do albergue e Fabrizzio, nosso coordenador executivo e faz-tudo, sabia dirigir o ônibus. Um tanto inseguros, com a adrenalina em alta, conseguimos nosso objetivo. Para desestressar, fomos eu, Henrique, Matheus e Kabeça para um tal de Primatas, um bar, do outro lado da cidade, por recomendação do recepcionista do albergue. Era domingo a noite e o bar estava tão animado que nem uma cerveja nós tomamos, que, aliás, é uma coisa cara no Uruguai (em média, R$ 8,00/litro). Por sorte, táxi é um serviço muito barato e fomos e voltamos de táxi, não sem antes dar umas voltas pela orla da cidade, onde jovens param carros e se reúnem para conversar e beber. Algo no estilo posto dos namorados em Salvador, com menos gente e sem o posto. Alguns namorados. A cidade à noite, bastante iluminada, movimentada, com muitos cassinos e relativamente segura. Não andamos na periferia da cidade mas tenham certeza que Montevideo é um lugar muito mais seguro que qualquer bairro nobre de Salvador.



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