segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dia 7 – 14 de janeiro de 2010 – Paraguai

“Tentativas de síntese...”

            As expectativas para o Paraguai, em termos de programação acadêmica e institucional, não eram muito boas, dado o pouco tempo que houve para realização de contatos. Nosso primeiro encontro internacional, entretanto, organizado com o apoio da embaixada brasileira, foi excelente, com o assessor direto do presidente Lugo, o Gustavo Codas. Apesar da sua aparente “cara de mal”, ficou entusiasmado com a idéia da Caravana e nos deu uma aula sobre política no e a história do Paraguai. Entre um plá e outro, tivemos a confirmação de sua presença num grande seminário que a INULAT realizará em Salvador em julho ou agosto sobre integração regional.



            Logo após, houve uma visita ao Tribunal Arbitral do Mercosul, única instância do Mercosul localizada fora de Montevidéu. Eu não estava presente pois aproveitei o meu tornozelo inchado para tentar ser atendido no Hospital “Emergencias Medicas”, referência na área de trauma e urgências/emergências para o Paraguai. Fazendo uma analogia, o Emergencias Medicas está para o Paraguai como o HGE está para a Bahia. Não irei tecer maiores comentários aqui sobre o que vi, ouvi e vivi lá. Será alvo de outro post, especial.
            Reencontrei o pessoal a tarde, no vice-ministério da juventude, isto é, uma secretaria do minstério da educação. Resumindo, conversamos um pouco sobre o sistema educacional do Paraguai e as políticas públicas voltadas para a juventude. Entre itens mais práticos da reunião, surgiu a idéia de, numa próxima oportunidade, incluir estudantes de todas as nacionalidades integrados na Caravana, promovendo não só o conhecimento dos brasleiros sobre a América Latina, mas de estudantes de todas as nacionalidades, ou seja, de estudantes latinos sobre si, sobre o seu continente, seu território.
            Não só os encontros formais foram proveitosos, mas também os com a população, das ruas, das esquinas, das barraquinhas de comida, dos carrinhos de picolé, as trabalhadoras da noite, aquele índio vendedor de artesanato, aqueles que compõem a grande massa que podemos chamar de povo paraguaio. Encontros de uma riqueza que as fotos, vídeos e palavras não alcançam... que a minha memória não alcança... como se a apreensão daquele momento só tivesse sido possível, em toda sua magnitude, na sua vivência. Em geral, e principalmente os indígenas e seus descendentes, é um povo que tem uma noção de pertencimento enquanto comunidade que poucas vezes presenciei no Brasil, uma noção da realidade vivida pelos seus iguais e de suas relações com a cidade e o governo. E neste ponto coloco outra impressão que tive que distingue os paraguaios dos brasileiros, generalizando até certo ponto, claro. Discutem política com a mesma facilidade que discutem futebol. Alguém consegue vizualizar 90% da torcida do “Baêa, minha poha” e da Bamor e 90% da torcida do Vi(ce)tória e da Tui discutindo a última eleição presidencial ou municipal ou as últimas políticas públicas implementadas com a mesma profundidade e vibração que discutem o último BA-VI? Poi’zé!




















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