segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dia 22 – 29 de janeiro de 2010 – Chile

“Um pouco do Atacama...”

Meu dia começou mais cedo que o dos demais caravaneiros. Para ser mais exato, às 02:30 da manhã. Para ser sincero, só descobri que não dormiríamos no deserto quando acordei e todos estavam dormindo. Antes, tinha tentado ficar acordado até a parada no deserto, mas o frio falou mais alto e me encolhi em posição fetal. Dormi, claro. Sem sono e sem nada pra fazer, tentei o improvável: acessar a internet por alguma rede sem fio que houvesse no meio da rua na praça. Para minha surpresa, haviam inúmeras, o que não está sendo novidade, já que em todos os países por onde passamos não é raro haver wi-fi em praças públicas, além de redes de restaurantes, de empresas e domésticas. Pude olhar e-mails, ler notícias sobre a Bolívia, Peru e Venezuela e, finalmente, colocar em dia minhas Notas sobre a América do Sul. Fiquei acordado até a hora que o ônibus saiu, umas 07:30h pra 08:00h.
Seguimos pelo deserto do Atacama. Próxima parada: San Pedro do Atacama.
Chegamos no meio da tarde, para o almoço. É uma cidadezinha, aliás, um vilarejo no meio do deserto, próximo ao “Vale de La Luna”, onde parece não chover há meses ou anos. Apesar da adversidade, ou por causa dela, é uma cidade bastante turística, bastante movimentada tanto de dia como de noite. Quanto às nacionalidades dos turistas, se vê poucos brasileiros, talvez porque estejamos acostumados a resumir nosso conhecimento de um país à sua capital. Havia muitos mochileiros. As atrações são mesmo relacionadas a belezas naturais próprias do deserto, o Vale de La Luna, que recebe este nome por sua suposta semelhança com o terreno lunar, alguns Gêisers e uma “cidade fantasma” próximo, ruínas de algum vilarejo antigo. Pelas ruas estreitas, barzinhos e mercadinhos de artesanato. Nos alojamos num camping, inaugurando nossas barracas.
À noite, os que não costumam sair à noite se recolheram mais cedo e outros foram a showzinho de um grupo típico da região, no mesmo restaurante(zinho) onde jantamos. A casa estava lotada. E que diferentes as músicas e as danças do povo nativo. Só ao vivo mesmo para eu tentar explicar. Na verdade, com todo o respeito à cultura alheia, eu achei foi muito engraçado, como talvez eles achem engraçado o nosso arrocha ou pagode. Ah! É proibido ingerir bebidas alcoólicas nas ruas em todo o Chile. Interessante isso. Nada mais justo. Essas festas e os bares fecham às 01:00h da manhã, horário em que todos os jovens, adultos jovens e descompreendidos se reúnem na principal rua da vila à espera de que alguém dê a direção de onde será a festa clandestina da noite. É assim mesmo que chamam essas festas, que ocorrem no deserto, no Vale de La Luna, para onde se vai de carro (um transfer), ou em alguma propriedade privada no meio do mato, como um sítio, para onde se vai a pé. São duas festas diferentes quanto ao ambiente, mas semelhantes quanto ao público-alvo e o consumo de drogas lícitas e ilícitas. É um fenômeno inusitado a aglomeração de pessoas no mesmo horário no mesmo lugar, como se todos tivessem marcado, e, logo após, a migração, como uma novena, para o local onde se tomam os transportes para o deserto ou para o sítio da outra festa.
San Pedro do Atacama é parada obrigatória para aqueles que desejam conhecer o deserto do Atacama. Valeu a pena!
*Como, não sei porque joça não tirei nenhuma foto em minha máquina de San Pedro do Atacama, coloco, por enquanto, algumas fotos de região próxima, só pra "sentir" o clima...
















Um comentário:

  1. As fotos estao lindas, vc em muitas, aparece voltado pra contemplaçao da paisagem e agente vendo vc e a imagem gostei...Quanto as fotos de San Pedro de Atacama, veja quem de seus colegas tirou fotos e pede pra te cederem...
    beijo...

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