segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dia 11 – 18 de janeiro de 2010 – Uruguai

"Sistema de saúde no Uruguai"

            Pela manhã, fomos recebidos pelo Reitor e alguns professores de várias áreas da Universidad de la Republica, a única universidade pública do Uruguai, país pequeno, com apenas 3,8 milhões de habitantes. De forma até inesperada para nós, pediram  desculpas por não ter podido organizar uma melhor recepção e lamentaram o fato de estarmos no período de férias dos estudantes, quando não poderíamos ter um contato maior com os mesmos. Como está virando rotina, felicitaram o grupo pela idéia da Caravana e pelas propostas apresentadas. A reunião foi ótima, todos se colocando bastante solícitos para contatos futuros, para realização do livro conjunto entre as universidades justamente sobre as universidades na América Latina e aceitando o convite para participação do grande seminário sobre integração regional a ser realizado em Salvador em agosto.


Ainda, após a reunião, os professores trataram de colocar cada estudante em contato com alguma autoridade da área de interesse. Um dos professores me acompanhou até o Ministério de la Salud, que ficava praticamente ao lado, e me apresentou a Victor Fomichov (El Russo), odontólogo e militante da reforma sanitária que está se desenrolando no Uruguai, notadamente a partir de 2007/2008, iniciada com Tabaré Vasquez e, muito provavelmente, continuada pelo presidente que vai tomar posse, o Pepe Mujica, já que são do mesmo partido, a Frente Amplia, segundo me disseram, de uma linha política semelhante a Lula.
Em conversa com Victor, que fiz questão de gravar, foi inevitável associar a reforma sanitária por que passa o Uruguai com aquela que viveu (ou vive?) o Brasil no final dos anos 80 e início dos anos 90. Foi bastante interessante o fato de a saúde no Uruguai estar se organizando, em alguns aspectos, de forma semelhante a no Brasil, com política de saúde mental, de saúde da mulher, de saúde dental, quanto ao atendimento às urgências e, principalmente, quanto à universalização, acessibilidade, equidade e gratuidade do atendimento. Apesar de todas as críticas que possam haver no Brasil quanto aos itens que citei, não posso deixar de sentir pelo menos uma pontinha de orgulho do Nosso SUS, criado a 20 anos (mesmo que ainda em implementação), cujas algumas diretrizes e princípios só serão alcançadas em pelo menos 10 anos, segundo o próprio Victor, por uma nação que está reformulando seu sistema de saúde quase 20 anos depois, em pleno século XXI. No mínimo, penso que estamos no caminho certo. Me foi curioso não conhecerem muito o SUS, o que percebi quando traçava alguns paralelos entre este e o que está se desenhando no Uruguai. Ao fim da conversa, inclusive, antes que eu oferecesse (o que faria, sem dúvida), o Victor me pediu que lhe indicasse e enviasse por e-mail alguns textos e documentos sobre o SUS, os quais seriam muito importantes para o momento que vive a saúde no Uruguai. A pedido, me passou o contato do Coordenador das ambulâncias, motoristas, enfermeiros e técnicos de enfermagem do serviço público de atendimento pré-hospitalar às urgências do Uruguai. Depois, descobri que há um Coordenador específico para os médicos, que, como no Brasil (ou no mundo), claro, tem que receber um tratamento especial né?!...afinal, são uma classe diferente, melhor, que as demais... (Que fique claro, estou ironizando).


À tarde, fui com mais 2 caravaneiros tratar de algumas questões de manutenção do ônibus, como troca do parabrisa que estava rachando, e compra de alguns equipamentos para a viajem, como os radiocomunicadores.









À noite, aproveitei a internet wi-fi, que nem sempre dispomos, para olhar alguns (e apagar vários) e-mails e conversar com todo mundo, até 02:00h da manhã. Não sei se foi muita ousadia, mas, como tinha mais um dia em Montevideo, enviei um e-mail pro Victor, do Ministério de la Salud, me oferecendo para fazer uma pequena apresentação sobre o SUS para aqueles, do Ministério, que estivessem interessados. Vamos ver no que é que dá...

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