segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dias 7 a 16 – 14 a 23 de janeiro – Paraguai, Uruguai e Argentina

“Angústia...”

Os primeiros dias fora do Brasil foram de adaptação. Primeiro a adaptação com a nova língua, o espanhol, o qual conheço muito pouco, apenas por aulinhas em colégio na época que morei em Brasília. Diria que falo um portuñol fluente. Depois, a adaptação com os novos padrões de hospedagem e alimentação, estes nenhum problema para mim. Mas o que mais me incomodou foi me acostumar ao novo ritmo da viagem. Não pelo cansaço...quem me conhece sabe que não gosto muito de dormir e não tenho muitos problemas para virar noite. O que me incomodou foi não ter tempo suficiente para ler os livros que trouxe e mais alguns outros que me interessaram pelo caminho e para escrever, diariamente, sobre a viagem, para manter atualizadas as Notas da América do Sul. Quase todos os dias, tínhamos alguma programação com algum órgão, instituição ou organização e todo tempo livre busquei reverter para o meu objetivo pessoal de conhecer um pouco sobre os sistemas de saúde dos países por onde passamos ou dar uns rolés pela cidade, em zonas ainda não exploradas. O turno da noite, quando chegávamos cedo da programação da tarde, era utilizado ou para um mínimo descanso ou saía para conhecer a noite daquele local, o que também é componente essencial da cultura de um povo.
Estou tentando escrever um resumo sobre os dias 7 a 16 (14 a 23/01) no dia 31/01, um domingo, no nosso primeiro dia já na Bolívia, o 5º país do roteiro (já estou sentindo que não conseguirei resumir tanto quanto gostaria... as experiências são muitas e eu já não gosto de escrever ¬¬’). Um dos caravaneiros, no seu blog (http://subliterato.blogspot.com), escreveu muito bem sobre o sentimento de angústia que muitas vezes vinha nos tomando ao não conseguirmos registrar todas as experiências que, parafraseando meu colega, “por excelência, são irrepetíveis”. O tempo é sábio e, dentre outras lições nesta jornada, nos ensinou a entender melhor este sentimento e convertê-lo não em conformação, mas em contemplação. “Antes de tudo, viver”.
O tempo me ensinou também a aproveitar melhor o tempo. Esta tomada de consciência, aliada à adaptação, me permitiu conseguir escrever mais a partir do Chile.

Um comentário:

  1. Oi D,

    Imagino e como entendo a sua angustia, te conhecendo como eu é facil dimensionar... vc que gosta de programar trocentas coisas de vez e a todo custo e APESAR DO TEMPO quer cumpri-las, é um avanço ver que vc esta se deparando com a variavel tempo e tomando consciencia que esta é impossivel de controlar, vc pode reduzir seu tempo de sono, pode passar correndo pelas pessoas, fazer tudo ligeirinho, mas o tempo nao da pra esticar... e isso nos faz pensar que é preciso tomar decisoes priorizar a utilizaáo do bendito tempo... mas nao se angustie, faça o que der e como puder.. o importante é vivenciar e se permitir mudar, crescer na interaçao com os outros, com as historias e povo dos lugares por onde passa e com o mundo que esta vivendo agora . se nao consegue registrar tudo aproveita o registro dos outros, guarda as boas lembranças e segue a viajem em paz e consciente que este tempo é unico aproveite-o...
    bjos mamae que te ama e tem muita saudade...

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